COMEMORAÇÕES DOS 150 ANOS DO NASCIMENTO DE CAMILO PESSANHA
A Comissão Asiática da Sociedade de Geografia de Lisboa, sob o Comissariado da Dra. Celina Veiga de Oliveira, sua Vice-Presidente, organizou, nos dias 18, 19 e 20 de Outubro de 2017, em Lisboa, e posteriormente a 9 de Novembro no Porto, um vasto, completo e interessante programa comemorativo dos 150 anos do nascimento de Camilo Pessanha, poeta que nasceu em Coimbra, a 7 de Setembro de 1867, e morreu em Macau, onde viveu desde 1894, em 1926.
O programa foi levado a cabo com a colaboração e apoio de várias instituições, entre elas, para além da Fundação Jorge Álvares, o Centro Nacional de Cultura, o Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a Associação Wenceslau de Morais, o Museu Nacional Machado de Castro, a Fundação Oriente, a Fundação Casa de Macau, o Museu Nacional Machado de Castro, o CLEPUL - Centro de Literatura e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e a Universidade de Macau.
De acordo com a comissária Celina Veiga de Oliveira, "Pessanha, o grande ritmista, como lhe chamou Mário de Sá-Carneiro, era uma personalidade multímoda. Conservador do Registo Predial, era o substituto legal do juiz da comarca de Macau e legou-nos textos jurídicos que revelam uma viva inteligência e uma sólida cultura geral e jurídica, contribuindo, num caso, para alteração de jurisprudência. O deslumbramento que sentiu pela civilização chinesa levou-o a perscrutá-la com desvelo e curiosidade, afirmando que o estudo da sua língua e cultura proporcionava, a quem a ele se dedicava, um inefável deleite intelectual. Foi um entusiasta coleccionador de arte chinesa, oferecendo a Portugal um vasto espólio artístico, de grande valor.
Camilo Pessanha é sobretudo conhecido pela singularidade da sua poesia. Considerado o maior poeta do simbolismo português e um dos maiores intérpretes do simbolismo europeu, Pessanha manteve, no entanto, uma identidade muito própria, o que faz dele um poeta contemporâneo num sentido absolutamente temporal".
De entre as várias acções incluídas contam-se conferências, exposições – bibliográfica, de desenhos e de cartazes alusivos ao poeta –, declamação de poemas pela actriz Maria do Céu Guerra, e edições, com destaque para uma edição especial da primeira publicação de Clepsydra, de 1920, composta de 30 poemas, apresentados em lai-si.