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JORGE ÁLVARES
“Nos mares do sul da China, a partir de Malaca, existem dois portugueses de nome Jorge Álvares, na primeira metade do século XVI. Portugueses com importância nas relações Portugal-China.
O primeiro Jorge Álvares é o feitor e escrivão do junco com pimenta, armado a meias entre a fazenda real e o rico mercador tâmul Nina Chatu que, com mais dois portugueses (de que desconhecemos os nomes), acompanha de Malaca às ilhas de Cantão (Lintin/Tamão) a frota de quatro juncos do privado mercador cantonense Xu Lada (a quem os portugueses chamam Cheilata e Chulata e que conhecem desde 1509).
Estes três portugueses (dois anónimos e Jorge Álvares) são os primeiros nacionais na China insular, na ilha de Lintin/Tamão, onde colocam padrão. O escrivão e soldado-mercador Jorge Álvares continuou, nos anos seguintes, ligado ao comércio de Malaca para Tamão, 1517, 1519 e 1521 (já num clima de aberto conflito militar com as autoridades chinesas de Cantão). Morre em julho de 1521, nos mares de Cantão, vindo a ser enterrado em Lintin junto ao padrão.
O segundo Jorge Álvares é o rico mercador de Freixo de Espada à Cinta, sócio do rico mercador-escritor Fernão Mendes Pinto e por isso membro do comércio luso-sino-nipónico que envolve as especiarias e o sapão da Ásia do Sueste, as sedas e porcelanas chinesas e a prata japonesa. Esta é a rede marítima e mercantil que vai fazer nascer Macau em 1555-1557. Este Jorge Álvares é o autor, em Malaca, em fins de 1547, da primeira obra em língua portuguesa (e em qualquer outra língua ocidental) sobre o Japão: Informação das coisas do Japão, oferecida a S. Francisco Xavier, que logo a enviou para Roma, a partir de Cochim, em janeiro de 1548.
Este segundo Jorge Álvares é o encomendador da garrafa de porcelana chinesa “azul e branca” de 1522, em exposição e depósito permanente no Museu do CCCM graças ao apoio da Fundação Jorge Álvares.”
Texto de Luís Filipe Barreto e Manuela Oliveira Martins
In Newsletter Julho-Dezembro 2012, Nº 11
Centro Científico e Cultural de Macau, I.P.
Monumento a Jorge Álvares – Macau
Monumento a Jorge Álvares
Freixo de Espada à Cinta
Coleção de Arte da FJA
no Museu do CCCM
Contribuindo para valorizar o singular e raro espólio que o Museu do Centro Científico e Cultural de Macau apresenta ao público desde a sua criação em 1999, a Fundação Jorge Álvares, no cumprimento da sua vocação estatutária, tem vindo a depositar a título permanente nesta unidade museológica nacional um conjunto de valiosas peças pertencentes à sua coleção de arte oriental.